quinta-feira, 20 de novembro de 2008

quem entende...

-Me descreva exatamente o que sentiu.
-Me senti amado e importante na vida de alguém.
-E como foi se sentir amado?
-Estranho...Pensei em como seria.
-O que?
-Nós dois.
-E o que pensou?
-Pensei que seria bom e intenso.
-Bom e intenso...
-Forte.
-Lascívo...
-O que é lascivo?Pensei em aprender a amar...
-Procura no dicionário,mas foi uma dúvida forte?
-Foi.

sábado, 15 de novembro de 2008


Nesses momentos de nevoeiro total,
de trip bad down, o
que nos resta é esperar o nó no peito amenizar,
afrouxar, respirar um pouco e voltar aos mesmos
momentos de nevoeiro total...curva escondida...
vodka na mão, uísque na outra,
vontade de fumar, mas não posso largar os copos...
o cigarro já tem poesia,
a bebida me faz sentir a poesia das noites
perdidas em sons perdidos com pessoas perdidas.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ao homem que mudou minha vida...
Nem Jim com "Raiders on the storn", nem kurosawa com "Sonhos", nem John Fante com "pergunte ao pó" nem Piva com suas poesias mirabolantes, nenhum desses homens me tocaram tanto como um cara chamado Daniel que conheci em meados de 2000 e pouco...acho que 2002, não sei ao certo, por quê quando alguém entra de sopetão na nossa vida o tempo pára...
mas volto ao relato desse tal de Daniel, ele um homem sério com jeitão de menino mineiro, meio calvo, um sorriso largo e uma doçura encantadora, eu uma menina sem muitos atrativos, adolescente sem nenhuma causa para tanta melancolia, mas mesmo assim melancólica, tentando esconder tudo isso, os atrativos minímos e a melancolia máxima com brincadeiras...sem graça.
Mas um belo dia ele conta sobre uma tal de Clarice, ela boba não compreende que aquela Clarice, a Lispector, mudaria sua vida e quem a apresentou para uma longa amizade foi o homem com jeitão mineiro e etc e junto com essa descoberta maravilhosa ele apresentou também o Vinicius,esse mesmo o Moraes, e apresentou um caderno seu com poesias tão belas quanto todas essas descobertas que ela teve...entretanto um relato de uma história verídica não é só com coisas lindas tem as tristezas e desventuras...de todas essas descobertas que ele a apresentou ela não se deu conta de que tudo isso havia tocado de uma forma inefável, que isso efetivamente a havia mudado e então ela nunca pôde lhe dizer que ele a mudou, que ele era o homem que havia feito ela descobrir seus sub-sub-ultra subterrâneos...que ele era o homem que mudou a vida dela...que ele foi o homem que a fez voar por essa tal de poesia que ela tanto ama...
Canto para Minha Morte (Raul Seixas e Paulo Coelho)

Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar
Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...
Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida.

sábado, 8 de novembro de 2008


Alguma coisa acontece no meu coração...mas não é quando cruzo a Ipiranga e a avenida São João...não é mesmo...lendo as poesias magníficas de uma grande amiga que conheci numa noite mais magnífica ainda a Priscilla, me deparo com a idade da emoção, que raios de sentimentos...
angústia maldita,coração em meio a labirinto de fogo,salamandras irônicas a me observar...
ouvindo Caetano faço a tal da "oração ao tempo" clamo por Oxalá,Iansã, Xangô para que todos movimentem logo o tempo, a vida pra passar, pra eu passar...flores, os cheiros, tudo me perturba...tempo, tempo, tempo...
O som na parede...
A tinta, o concreto,
A palavra, o som na parede
Ecoa...

Primavera patenteada
As flores registradas,
As folhas hipotecadas...

sozinha...dinamite do pensamento...
ecoa do meu lado esquerdo...


explicando:essa poesia poderia ser lida como hai kais, mas na hora da postagem achei que poderia ser apenas uma, com várias outras!leia como quiser!

domingo, 2 de novembro de 2008















procurar desenhos em nuvens não tem graça
procurar nas poças se encontram poemas...
Sou qualquer uma
A parte aleijada
Da costela de Adão
Prima,irmã de Caim

Os músculos tensos de suas costas
A parte enrugada debaixo
Dos seus olhos fundos
A ninfeta amorfa

O resto de vinho
Do canto do teu lábio
O pedaço de folha seca do teu fumo

Sou qualquer uma
Menos a que te faz
Gritar,cintilar,adormecer.
Quem sou eu?
O tempo
com diabruras
constituído dos versos mortos
Talvez o rascunho
Das partituras rasgadas,
Óperas desconhecidas
Quem ouviu a melodia?
Era uma nota falsa?
Não, era mi menor.

sábado, 1 de novembro de 2008

É incrível e sedutora as coisas que nos acontecem quando decidimos abrir as portas quando estamos em dúvida,parafraseando com todo respeito o grande gênio Leminski...tenho me visto suportável esses últimos tempos...por quê será?
Juro que não sou pretenciosa a ponto de querer saber quem eu sou...pois acho que é demais saber quem somos...acho essa pergunta tão coisa de gente feliz, porque sigo a risca a lição da Maysa,"Felicidade é coisa de gente burra"! e ainda acrescento a exclamação!.
Claro que tudo é possível, até um dia me descobrir por inteira e ver que sou feliz e burra,descobrir que sou uma sonhadora que logo saio da corda bamba...enquanto isso flerto com o acaso e a alegria momentânea, flerto com o vinho barato, as conversas profundas sobre as coisas superficiais e abrindo as portas corro do cachorro que pode estar no meu quintal...
dependendo de onde ele morder até me excito, adoro que me mordam,puxem meus cabelos, puxem meu sentidos e me inebriem mas, quando saírem de minha vida saibam que em seguida as portas e janelas se abram para novamente o quem sou eu, a felicidade de gente burra saia, façam um passeio e aconteçam de novo...de novo, e sempre nova...e então me encontro na porta de um novo alguém,quando ele sair abro as janelas e assim abro tudo o que eu puder pra esquecer, inclusive as pernas.

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